DE CARONA COM BILAC
DE CARONA COM BILAC
Remorso
Às vezes, uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando.
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.
Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!
Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro, neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude,
Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!
OLAVO BILAC
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CONSOLO
Oh! Hora triste
Que vem julgar...
O dedo em riste.
A conciência
Insiste.
Sem paciência,
Fala.
Diz
O que eu também quis
E que não fiz.
Embora,
Agora,
Tenha a me consolar
O soneto de Bilac,
Que acabei de ler.
Pude, nele entender
E perceber,
Que nem o mestre da poesia,
Pode fazer
Tudo aquilo que queria.
José Romeu