Versos Imperfeitos - I

Foi dada a largada para mais um...

Feitos finados ficaram pelos muros

Expurgos passados e passantes

Da onda que o mar leva

Tudo levou feito um mar de lágrimas

Caras pintadas de máscaras que asfixia

Dores de cotovelos em letras bandidas

Tem um rasgo pela bandeira que finda

Lamentos feitos uivos na esquina do mundo

Jóias lapidadas no mar de Sargaços

Ah! vem na voz pirata no veio de silício

Rompe o atro em festim arcaico

Perambulas nas ondas da Estação da Luz

Frentista cruza os braços, o gás que sobe

Pilha o cetim, lá vem o carnaval

Folia de Reis passando apertado

Outro cigarro, a dose de rum

Para o instituto da paciência perdida

Notívagos carentes de espaço, sobra cruz

Velho lamento sentado na praça, barriga vazia...

Fetiche encarnado que beira o caos,

Feito parapeito, tomo o ar na lágrima partida...

Olhando a encruzilhada de um novo blues

Tantas cantatas para ter o amor dragado

Na tinta que escorre da parede suja,

Mais outra dose, o mar alenta o coração...

Sôfrego pirata encurta a vela a meia nau

Tiras apagadas do livro aberto, assim caminha...

Ardor que a chuva arrefece na crista do ar

Valetas antigas abrem um novo vírus

Pressão subindo e descendo feito canhão

Trilhas, tercetos, quadrilhas insanas de verbos...

Verbetes assistentes implantando solidão

Vez que cala a tez, um semblante meigo...

Mira a Ilha e seu Porto seguro, enfim...

Rotas para conhecer o bom da vida!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 20/12/2005
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