Segredos

Mar,

Chama de espumas claras,

Ressumar da superfície calma,

Tesouros escondidos que ardem no fundo do peito, espalhas.

As ondas embalam

Aos seus ritmos, o coração esgurido,

Que canta segredos ao seu mar

E, secando-se, se revela marisma.

Lamaçal salino que cristaliza segredos,

Conserva-os em pedras,

Salinas sagradas secretas que se evaporam com o tempo junto ao vento,

Vão às nuvens e se mostram,

Retornam ao mar e se escondem.

As ondas deste mar gritam,

A Nona sinfonia marítima, algum segredo, revela.

Mar de pedras cortantes,

Mar salino de segredos que matam,

Tensão dos segredos que, aos poucos, são descobertos.

Antes mar tranqüilo, hoje mar revolto.

Toda tempestade vem para trazer estrondos,

Ressumar o marasmo dos segredos,

Re-formar o fundo do mar quedo,

Dar-lhe nova forma,

E revelar a dor de outras belezas impensáveis.

O mar chora

Quando as lágrimas quebram as pedras salinas secretas.

Vagarosamente, quebram segredos cristalizados,

Mostram o quinhão da verdade: o secreto,

O Escandir dos segredos que guardava.

Eterno ressumar da vida:

Escansão dos segredos

Que, um dia, não mais estarão escondidos.

P.S.: Esta poesia está devidamente registrada em cartório no nome do autor. Toda reprodução sem a devida autorização sofrerá as sanções penais previstas em lei.

Carlos Maciel CJMaciel
Enviado por Carlos Maciel CJMaciel em 20/12/2005
Reeditado em 20/12/2005
Código do texto: T88753
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