Veridade
O andar lento
Voz rouca
Arquejado pelo tempo
No ir sem alento
No vir com vontade pouca
Faz do velho ferido
Pelas lutas em vida
Num ente querido.
As recordações alegres
De um tempo quase esquecido
Fomentam em seu ser
Um querer caminhar
Em busca de um momento
Preciosamente guardado
Em suas entranhas
Para resgatar a recompensa
De uma existência estranha
Onde esperanças
Se tornaram lembranças.
O tempo indelével,
Arrastando-o para o fim
De um distante começo,
Pelo homem velho
Parece não ter apreço.
E busca o velho uma tumba
Que mais lhe pareça um berço.
( D'Eu )