PAPOULAS
Ele cavalga a Jumenta Raivosa
derramando meteoros
nos criminosos dentro dos mictórios
e dos cinemas
Na carne-viva das ruas
pessoas loucas catam
fragmentos das estrelas
e embriagadas pelo alfabeto das trevas
tornam-se escravas daquele que galopa
violando o crepúsculo das papoulas
halleluias allegro-pólvoras
Réquiem das orgias nas penitenciárias
fugas crimes gritos
gritos do Aço atavessado pela espuma
no êxtase do Cravo
amor acorrentado ao calcanhar do cataclisma
palhaços dançando no âmago da escuridão
pássaros de lata bicando mendigo
Ela surge frente a um cortejo de coringas e de generais
o Rei-papoula trucidado por ela
no chão de cristais perfuro-sangrados
o Rei -Papoula foi trucidado nos becos escuros
onde jogava o segredo do universo na roleta
com os bêbados e os palhaços desempregados
Ela embrulha Saturno nos jardins
ela devora os frutos misteriosos da ambição
ela entrega a espada das raças
ao guerreiro escolhido
pelo gênero humano
como pacificador do universo