Desilusão

Nos sonhos solto as rédeas

Que me acorrentam ao presente

E vivo com anunciações, promessas,

De arco-íris surgidos das cachoeiras beijando os raios de sol...

Pássaros dando vôos rasantes... Riscando céus distantes!

Ninfas de corpos esguios e pés ligeiros,

Que deslizam de flor em flor,

De boca em boca... Fazendo amor!

Meu coração aceita tudo que seja festa,

Cego e mudo para tudo que seja realidade,

Só assim isolo-me, da angústia de ter de viver de verdade.

Abro meus olhos... E a tristeza a retina invade.

Vislumbro abismada, o desdém,

De monótonos rostos que perfilados desfilam

Prostando sorrisos amorfos, distorcidos opacos...

Sem vida de fato!

Quero esquecer o passado.

Desviar do presente,

Viver suspensa entre os dois...Parar a ampulheta,

Entre o nascente do sol e lua...

Unidos num mar de águas mornas.

Mais não consigo meus olhos fechar...

E provoco a morte da alegria,

Meu peito grita em alto e bom tom,

Num ínfimo murmurar de uma melodia,

Um lamento que segue no ar...

Prelúdio de uma utopia chamada amor

Que na forma mais clara, denomina-se dor!

Quero voltar a dormir... Sonhar e sorrir!

Esquecer de você, de mim...

De um dia ter sido nós, enfim!

Observadora
Enviado por Observadora em 03/03/2008
Reeditado em 03/03/2008
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