Desilusão
Nos sonhos solto as rédeas
Que me acorrentam ao presente
E vivo com anunciações, promessas,
De arco-íris surgidos das cachoeiras beijando os raios de sol...
Pássaros dando vôos rasantes... Riscando céus distantes!
Ninfas de corpos esguios e pés ligeiros,
Que deslizam de flor em flor,
De boca em boca... Fazendo amor!
Meu coração aceita tudo que seja festa,
Cego e mudo para tudo que seja realidade,
Só assim isolo-me, da angústia de ter de viver de verdade.
Abro meus olhos... E a tristeza a retina invade.
Vislumbro abismada, o desdém,
De monótonos rostos que perfilados desfilam
Prostando sorrisos amorfos, distorcidos opacos...
Sem vida de fato!
Quero esquecer o passado.
Desviar do presente,
Viver suspensa entre os dois...Parar a ampulheta,
Entre o nascente do sol e lua...
Unidos num mar de águas mornas.
Mais não consigo meus olhos fechar...
E provoco a morte da alegria,
Meu peito grita em alto e bom tom,
Num ínfimo murmurar de uma melodia,
Um lamento que segue no ar...
Prelúdio de uma utopia chamada amor
Que na forma mais clara, denomina-se dor!
Quero voltar a dormir... Sonhar e sorrir!
Esquecer de você, de mim...
De um dia ter sido nós, enfim!