Montanha para um Ser...

Euna Britto de Oliveira

Quem me arranhou não foi o gato,

Foi a rosa,

Foi a unhazinha do bebê cor-de-rosa.

Com pinça, retiro o espinho.

Do arranhado pelo bebê,

Espero a cicatriz, com carinho...

Insegurança, tenho pra dar e vender.

Compressas quentes me valem,

Preces com pressa, também valem.

SOS e urgências são com Ele mesmo!...

Engolem-me cláusulas de contratos.

Nos Tribunais,

Com base em artigos das muitas leis,

Súmulas e mais Súmulas,

Negando ou

Dando provimento...

As leis têm suas teias.

Rapidamente, as aranhas tecem demoradas teias

Que eu limpo e elas fazem de novo.

Teimosas aranhas – arranham a limpeza do meu ar

Com esses fios traiçoeiros...

As traças, eu cutuco e caem...

Mas roem!

Pairo, adventícia,

Sobre as águas turvas

Onde as turbas se banharam.

Gosto de andar a beira-mar...

Mas só vou até aonde avisto gente.

Tenho medo de andar só a beira-mar,

Medo legítimo, porque é perigoso mesmo.

Por ser a vida impermanente

Acontece de as desnecessidades se transformarem em necessidades,

E as necessidades, coisas imaginárias...

As raízes da energia e da alegria são as mesmas.

Ai, meu Deus,

Aumenta minha Fé!

Por causa de um Sermão que

Ele fez na Montanha,

Eu, que estava séria,

Agora, Sorrio...

Senhor, faz de mim montanha

Para o Teu Ser...

Fala!...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 02/03/2008
Código do texto: T884184