Ponteiros do tempo


O ponteiro marcha
marcial

arrebata suspiros
mutila sorrisos
germina um travo amargo
na garganta

Flecha a alma na sua marcha
tic tac tic tac...

a frieza do cânhamo cerrado
estrangulando o soluço
em dia nenhum
numa tarde infausta

Uma fissura no tempo

A sala é sombria
numa mão triste
o tic tac oscila o terço
entre dedos retorcidos,
trêmulos