Escuridão!
Necessário o obscurecimento da consciência
Para o mergulho no cerne de minhas fantasias,
Vislumbro o êxtase, as pulsões cegas,
Que dominam e fazem nula minha liberdade... Felicidade?
Gestos divididos em singular e plural,
Sofrer, aceitar a paixão...
Simular emoção e ser só coração?
Clarividência na imaginação,
E nos matizes vislumbrar a sereia, pedra, areia...
Que quer inspirar os ares que minha alma anseia.
Ser onda e morrer por puro prazer na praia...
Sentir uma boca devorando a minha,
Um corpo aquecendo ao limite do ponto de fusão
Ebulição sem limite, apetite, luxúria, sorrisos e... Adeus!
Êxtase solitário... Sonho que é só meu.
Obscurecer a consciência,
E jogar os maus instintos para um mundo inexistente...
Mãos dolentes, imberbes, pertinentes... De gente,
Independendo se homem, mulher... Sentir é o que se quer!
Corro o risco de provocar
Uma feroz reação da razão
Que entediada das artes
Que se faz sucedânea da emoção,
Emite diretriz aos sentimentos... Paradoxo nos seus momentos.
Fé ortodoxa, moribunda... Quase morta!
Quero obscurecer meus medos,
E me lançar nas erupções do meu corpo,
E me queimar nas larvas que vertem do meu ventre...
Derramada em bocas tantas,
Bálsamo que exala de mim,
E embriaga os sentidos,
Lasciva que alcança teu gozo que exijo... Que preciso
Para sobreviver e ser feliz!
Pois obscurecida, sofrida,voraz,
Lutando pela vida vazia...
Buscando em si mesma a raiz,
Morre toda noite em calores sem fim
A mulher em mim!