Doçura do meu fel

instiga-me

a retirar o véu

mostrar-lhe a alva doçura

do meu fel

desvendada entre quatro paredes

ou entre terra e universo

por dentre estrelas cadentes

faz-me iluminar

por entre curvas

que me cercam

procura a que te leve

ao jardim

de escondidos paraísos

lá onde habitam

meus mais recônditos

desejos inda não ditos

depura-me

em linhas de sins e de ais

e me cala

no momento de ápice da explosão

em que tudo se sinta

mas não se possa ouvir

e o corpo estremeça

em torpor

de amortecimento e calor

voltando, lentamente,

a ser o que jamais foi

mas que aparentemente

assim o era, assim o foi:

um precipício lançando-se

ao céu!

Ganhe asas...

E retorne em aconchego e calor!

Caroline Schneider
Enviado por Caroline Schneider em 29/02/2008
Reeditado em 29/02/2008
Código do texto: T880956