Olhos Verdes

I

Eu ando tonto...

desde que minha vida começou a girar em torno de uma pessoa.

Meus olhos se fixaram em um par de olhos verdes.

Meu corpo começou a ansiar por aquele corpo... meus lábios ainda anseiam tocar aqueles lábios.

Minha mente inebriada por doces sonhos... e novamente meus olhos estão marcados pelas noites de insônia.

Já faz um tempo desde que eu os vi, mas de algum modo, eu os vejo o tempo todo. Eram olhos verdes, tão profundos, logo acima de um belo sorriso.

Faltou-me o ar, por um minuto. E da mesma forma, foge-me o ar dos pulmões quando os vejo novamente.

Assim foram-se três anos...

II

Um desditoso filho do século errado...

Imerso em meu mundo escapico, construo castelos no ar e vejo-os desmoronar junto com minhas lágrimas. Amo uma estrela, duns olhos verdes esmeralda. Não amo uma mulher, amo uma idéia, uma ilusão de felicidade inalcançável.

Cansado, exaurido, enfadado... esforços faço, para alcança-la. Sempre em vão.

Larguei mão da estética, abandonei a razão e a sensatez. A métrica, a rima, o amor, o ódio. Lancei-me ao spleen, ao cismar solitário.. lancei-me à sargeta dos sórdidos pensamentos, do amor das vendidas, dos vapores do vinho de da fumaça do ópio. Lancei-me num abismo de desilusão tentando fugir, da visão daqueles olhos. Mas no entanto, no fundo do poço, vejo para meu espanto, dois olhos verdes refletidos.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 29/02/2008
Reeditado em 02/10/2008
Código do texto: T880379
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.