A LARGUEZA DAS DESCOBERTAS

Elejo-me sofrido de tudo,

o Sísifo pensador.

Construo, construo,

e a cada vez que paro,

reflexivo,

o construído é um monturo de algodão.

Sempre que estudo a Poesia,

encolho,

feito um desses metros

engolidos dentro da trena.

Sempre que estudo a Poesia,

escolho.

Neste encaixe

enclausura-se

a largueza das descobertas:

trenós ocultos na Terra,

nas abóbadas imaginárias,

Papai Noel corre os caracóis.

– Do livro FORÇA CENTRÍFUGA. Porto Alegre: Livr. e Ed. Porto Alegre, 2ª ed., 1979, p. 55. O título, nesta publicação, era ESTUDO DE NATAL.

http://www.recantodasletras.com.br/poesias/880343