Esfumaçado
Respiro o peso desse ar fatigado;
E inalo toda sorte de odores.
Os odores fétidos, esfumaçados,
Varridos sem dó pro tapete;
Pra cima ou pra baixo,
Tanto faz...
Aqui as janelas são fechadas.
Não me escondo da neblina,
Artificialmente edificada.
São paredes maciças,
Dobradas pro alto;
E o asfalto tão cinza
É passarela pro desfile de buzinas.
Berram sem parar no ar,
Pairam sem parar no ar;
O peso do ar pesa nas costas.
Toda fumaça sobe levando
O que restou da vida.