Doce Novembro...
ahhh... eu sinto muito sentir que não sentes...
Sinto muito detestar o sorriso como fonte natural de alegria
me privei de meus próprios sentidos para estar aqui
frente a porta desse lugar eterno, desse jardim
diz pra mim: por que tem que doer tanto?!
porque não podemos simplesmente não chorar
ou mesmo entender, seria uma inocencia geradora de uma paz gélida
...mas real... real por que assim te sinto!!
assim me ilumina, mas não ilumina
crio atalhos pra dentro desse ser rejeitado
dessa figura monstruosa que o tempo criou em seu viveiro
dessa nuvem de lágrimas, desse mar sem água
tão simplesmente derroto meus ideais
esses caminhos facilmente findáveis
sem vida, prossigo, rumo ao lago de todos esses anos vazios
buscando um elo entre ser e existir, novamente
ahhhhhhhhhhh!!!!!
porque não pode me ver de onde estás?
assim, sobre os montes parece difícil almejar a franqueza
te perdôo, mas não me perdôo por perdoar
queria voar, mas nem mesmo dou passos fáceis nesse playground do medo
permita-me ser quem sou, permita-me que me mostre
sem a máscara que a vida me doou como dádiva
assim ser que como anjo velado em corpo humano
de alma putrefada, entrevada nos poemas sem sentido que criei
doce novembro, agridoce aroma desce das montanhas
me traz esses vultos suntuosos e desnecessários
o amor perdeu a forma, formalmente desfazendo-se
caindo dos traços, nascendo do silêncio... silêncio
doce novembro...