Cais
Na marina,
estranho mirar
de pedras, farol e cais.
A mulher sozinha
murmurava as marés.
Ao convite das águas,
de as ondinas abraçar,
ela atenderia
depois de espalhar
pétalas murchas de flor.
Olhava no olho do tempo
de frente para uma dor,
desmerecido esquecimento,
sem tirar nem por,
Legado de outra vida
de entrega a pleno vapor,
a um sedutor marinheiro
que naquele cais aportou.
Passaram-se os anos
e seu coração desfolhou.
Na Terra não vive mais,
para as nuvens escapou
envolta numa espiral,
de fumo leve perfumou.
Hoje naquele cais,
quem por ali passar,
enxerga só a fumaça
e o rastro de seu olhar.
Na marina,
estranho mirar
de pedras, farol e cais.
A mulher sozinha
murmurava as marés.
Ao convite das águas,
de as ondinas abraçar,
ela atenderia
depois de espalhar
pétalas murchas de flor.
Olhava no olho do tempo
de frente para uma dor,
desmerecido esquecimento,
sem tirar nem por,
Legado de outra vida
de entrega a pleno vapor,
a um sedutor marinheiro
que naquele cais aportou.
Passaram-se os anos
e seu coração desfolhou.
Na Terra não vive mais,
para as nuvens escapou
envolta numa espiral,
de fumo leve perfumou.
Hoje naquele cais,
quem por ali passar,
enxerga só a fumaça
e o rastro de seu olhar.