A lúdica tentativa...

A lúdica tentativa

Contornos delineados de estar

De fazer crer que ama

De achar que pode-se entender

Outras e novas formas de amor

Se o tempo é cura à cicatrizes

Marcas são nódoas que o passado apregoa

Nessa Ilha que atende por solidão

Agora aqui, depois ali, feito bola

Feito a imagem e transparência

Ilude em ótica os desatinos

No logro da visão que esmaece

Enquanto o coração enregelado pesa

Favas que se contam outra vez

Para que nada mais fosse assentado

O fardo solitário de um mesmo caminho

Parado feito lustre, ares de Jardim

Na névoa em foco, turva no copo vazio

O amargo pelo não gozo, soçobram lamúrias, enfim

Mais uma página límpida virando o avesso

Sem sentir a água que cobre o corpo desejado

Que por desejo, outra tentativa

Patina na lúdica ficção

E o para o ano em que somos

Feliz no ano que vem

Se é luz, o olho aguarda.

Se tenho alguma coisa para lamentar, é aquilo que não fiz. Do mais, sempre serei feliz, mesmo que só.

Peixão89

(inserida no número 10 da Revista Literária do Portal Cá Estamos Nós)

Peixão
Enviado por Peixão em 30/03/2005
Reeditado em 25/04/2005
Código do texto: T8786
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