A lúdica tentativa...
A lúdica tentativa
Contornos delineados de estar
De fazer crer que ama
De achar que pode-se entender
Outras e novas formas de amor
Se o tempo é cura à cicatrizes
Marcas são nódoas que o passado apregoa
Nessa Ilha que atende por solidão
Agora aqui, depois ali, feito bola
Feito a imagem e transparência
Ilude em ótica os desatinos
No logro da visão que esmaece
Enquanto o coração enregelado pesa
Favas que se contam outra vez
Para que nada mais fosse assentado
O fardo solitário de um mesmo caminho
Parado feito lustre, ares de Jardim
Na névoa em foco, turva no copo vazio
O amargo pelo não gozo, soçobram lamúrias, enfim
Mais uma página límpida virando o avesso
Sem sentir a água que cobre o corpo desejado
Que por desejo, outra tentativa
Patina na lúdica ficção
E o para o ano em que somos
Feliz no ano que vem
Se é luz, o olho aguarda.
Se tenho alguma coisa para lamentar, é aquilo que não fiz. Do mais, sempre serei feliz, mesmo que só.
Peixão89
(inserida no número 10 da Revista Literária do Portal Cá Estamos Nós)