Das Mãos ...

a poesia foge num rasgo de dor

abre espaço nas fendas das lágrimas

flutua no vácuo sem rastros

e a canção calada sufoca

o corpo da alma desgarrada

do começo ao fim das horas

bocas salivam cometas

consomem estrelas

não ha mais letras no espaço

voantes pensamentos

para deitar sonhos nos horizontes

a inspiração vai morrendo

palavras tentam erguer escadas

no silêncio dos muros malditos

o mundo em labirintos espera

e os dias indiferentes passam

na seca semente da poesia

26/02/08

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Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 26/02/2008
Código do texto: T876347