Alma desnuda

Deus do meu ventre

e de minhas entranhas

que serei, eu, senhor

se nem ao menos sei quem sou...

Dádiva do divino mistério profundo

fundo minhas dúvidas nas incertezas

do dia que nem chegou a nascer

e os braços em abraços dados

são nós

e quando se multiplica a condição de ser

pelo que poderia ter sido

a soma altera a quantidade

dos pecados cometidos...

Livrai-me Deus da existência

abstrata

dos exegetas e magnatas

dos que matam

em holocaustos urbanos

parafraseando Caetano:

"...morrer

matar

de raiva de fome e de sede... Gestos natuais"

Deus dos desprovidos

dos mal amados

da falta de inteligência

deus dos condenados

esquecidos no vale dos perdidos e não achados...

Deus que perdoa..

Os que não sabem o mal que fazem!!!