TERMINAL TIETÊ

Uma mulher aquece o dia

vendendo cafezinhos,

homens de sonhos sem arte

gastam olhos na mochila.

A mulher com rios de varizes

dobra o cotovelo nas pernas,

o homem sem cama, pernoitado,

volta a cochilar para dentro...

Pobres coitados, sem sono,

zombam do povo cansado.

Dura qual o silencio

dos homens calados por ela,

a cidade, assim como a morte,

como o sono deste terminal doente,

morre na sarjeta em meio a tanta gente.