Delírio

Em meu sonho povoado de estrelas, vago e silencioso... acordo ouvindo

conselhos de Olavo Bilac e mergulhando na embriaguez de uma taça cheia de

morte servida me na boca por um homem, um morto, Alvares de Azevedo

mergulha me em sua languidez. Meu corpo flutua com asas de condor amarrado

por correntes que me negam a liberdade, Castro Alves olha por mim

enquanto caio na Boca do Inferno tentando fugir, de mim talvez...

Que estas asas me levem pra passárgada, mas não, elas me levam para onde eu

não quero ir, para onde um homem negro de alma branca, translúcida,

empunhando um machado também negro, grandioso, criador de almas, tenta me

jogar em um abismo cheio de digressões, interlocuções e de grande

profundidade. É quando eu choro uma lágrima hipócrita por algo que eu não

sofri, trancado em meu mundo escápico ouvindo alguem me dizer

"a vida não passa de um sonho"

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 25/02/2008
Reeditado em 02/10/2008
Código do texto: T874887
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