Delírio
Em meu sonho povoado de estrelas, vago e silencioso... acordo ouvindo
conselhos de Olavo Bilac e mergulhando na embriaguez de uma taça cheia de
morte servida me na boca por um homem, um morto, Alvares de Azevedo
mergulha me em sua languidez. Meu corpo flutua com asas de condor amarrado
por correntes que me negam a liberdade, Castro Alves olha por mim
enquanto caio na Boca do Inferno tentando fugir, de mim talvez...
Que estas asas me levem pra passárgada, mas não, elas me levam para onde eu
não quero ir, para onde um homem negro de alma branca, translúcida,
empunhando um machado também negro, grandioso, criador de almas, tenta me
jogar em um abismo cheio de digressões, interlocuções e de grande
profundidade. É quando eu choro uma lágrima hipócrita por algo que eu não
sofri, trancado em meu mundo escápico ouvindo alguem me dizer
"a vida não passa de um sonho"