A prisão da poesia
Hoje a poesia não me larga a cabeça...
É um vício devorante...
Que me perde a direção,
É um ultraje de solidão...
E não existiria prosa, estrofe, poema ou rima,
Se não fosse a dor do dia-a-dia,
O caminhar de muitas batalhas,
A sofreguidão de uma rara decisão:
A escolha da razão ou da emoção.
E por algum momento largo tudo que estou pensando,
Fico parado, silenciando...
Mas logo me pego pensando...
Nessa poesia que insiste em sair...
Quem disse que queria ser poeta?
Mas não importa agora,
Só o passar da vida, do tempo e das horas...
Quem ora por mim?
Ora eu, ora alguém...
E minha dor ganha força e decisão.
Avisto devastação,
Uma neutra ação.
A minha...
A de escrever eternamente,
Mas entre o presente sorridente,
Ou o murmuro do futuro...
Eu pulo o muro...
E me caio nos abismos decorrentes...
Voarei assim pela vida...
Um pouco poeta e um pouco pateta...
Para todo sempre!