Sereia solitária

Um canto prometendo a sedução

É fácil fazer guerras, difícil fazer a canção

O fruto do seu ventre é uma lenda

A união do amor e do ódio em sangria

Uma luta sem fim para se libertar da agonia

Aconchegue-se nesta concha, pedra preciosa

Sua beleza fere, é a mais pura perfeição

Sua melodia é uma dádiva perigosa

Para qualquer um que lhe entregar o coração

Se a sua solidão machuca mais que a minha

Se o seu canto é mais triste que o meu

Não se renda ao mal presente em sua sina

Se por essa dor vale a pena lamentar

É porque o amor aconteceu

Uma castidade ignorada e fulgás

É fácil fazer guerras, difícil fazer paz

O ódio de suas entranhas em breve será amor

Suas hipnóticas melodias irão apenas enternecer

Aqueles que ainda acreditam na cura dessa dor

Não martirize-se doce criatura

Sua intenção não era a mais pura

Mas as suas lágrimas convencem qualquer um

Dê sua bênção, não tardará seu alívio

Nessa ponte dos tormentos eu mesma caí

Um precipício...

Nesta eterna solidão, cante para os males espantar

A terra lhe trouxe o amor

O mar lhe deu um lar

O oceano jamais será seu fim...