Brincando de Deus

Observe o homem

Com nosso plano de vida na mão

Fazendo-nos morder a isca da perfeição

Será que tudo era realmente para ser?

Observe as linhas que limitam a existência

Nós somos parte da história

Ao invés de testemunhar

Marionetes de um teatro de sobrevivência

Onde é o destino que escolhe

Por onde devemos caminhar

A vida é bela e insana

Não nos pertence mais nosso futuro

Essa alma viva ainda é humana

Sentenciada por um corpo mortal e impuro

Essa consciência não pode me influenciar

Esse poeta me hipnotiza

Com palavras doces sobre mim

Brincando de Deus, ele escreve sobre a vida

Que nunca lhe pertenceu

Como se seus olhos pudessem escolher a saída

Eu vejo lágrimas escorrendo por um rosto ateu

Acreditando que meu destino

É tudo que posso chamar de meu

Observe o homem

Que esconde o que está por vir

Deixando-nos expostos para correr e cair

A cada decepção que aparece no caminho

Observe a natureza ao seu redor

Nós formamos o cenário

Ao invés de desenhar

Retratos de um passado que conhecemos de cor

Para onde fugimos em breves recordações

Para onde queremos sempre voltar

Esse jogo da vida me escolheu para perder

Quem escolhe a hora de começar?

Quem escolhe a hora do final?

Essas mãos não podem me libertar

De todo bem nem de todo mal

Muitas confissões não me salvarão

De um destino do qual não conheço a direção

Escreva por favor as canções que contem minha vida

Para eu me sentir protegida

Dessa história que não me convém.