T R O I K A
TROIKA.
Fizemos uma excursão numa troika,
entre Moscou e as montanhas.
Tudo era branco de neve..
Contiuamos num caminho dentro do pinhal,
De repente saímos no claro,
entre rochas tamanhas.
E vimos o vale que se jogava no mar Cáspio.
Me senti acima de qualquer ponderação,
O cocheiro, um cossaco, perguntou se achávamos lindo.
Não olhei muito o mar. Sempre preferi as florestas.
O bosque é o meu lugar.
Para que mar? E Anuska nos meus braços.
Ponderei a Anuska que eramos somente três,
naquela imensidão,de estepes em espaço.
As aldeias pareciam folhas de plátanos,
E as Igrejas, se sobressaiam.
E Anuska me passou um pedaço de papel.
-Só um poema!
E nele havia o desenho de tudo aquilo.
-Depois faço a estrofes.
Ela era assim.Fazia desenhos que chamava poemas.
E nunca fazia estrofes.
-Porque não escreves Anuska?
-Porque tenho medo de roubar com palavras,
os momentos que são belos.
Tínhamos um amor santo, divino,eterno
Silencio. O chop chop dos cavalos na neve,
o tocar dos sininhos na alvura do inverno.
DON ANTÔNIO MARAGNO LACERDA
Prêmio UNESCO/poemas. jornal
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