Epítome de um dia de inverno

Sentado a cama e próximo da janela

Que é molhada pela fina chuva,

Solidão de tom diferente, as plantas

Do jardim parecem fazer companhia,

Sendo apenas estas e as grades que

Separam a alma da rua em que meros

Transeuntes concretizam a tristeza.

A leve brisa toca meu rosto, é um ar frio,

Comum nesses dias em que o tempo quase

Pára, estagnando os sentimentos e

Fazendo-me esquecer o vazio quase inesquecível.

Ainda garoa e as folhas continuam

Acumulando a água que cai muito vagarosa,

Confundindo-se com as lágrimas que nascem

De meus olhos, gotas que confirmam o sofrimento

E me leva a assinar o livro do acaso

Umedecido pela morte de meu pranto.

Os olhos secaram e a luz se foi.

Fechei a janela e deitei-me na cama.

Talvez adormecido encontro o esquecimento

Necessário para encarcerar os

Fantasmas do momentâneo desalento.

Com os sentidos exaustos e a alma

Conformada, o sono veio e com ele os sonhos.

Gimi Ramos
Enviado por Gimi Ramos em 24/02/2008
Código do texto: T873985
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