A Saudade e a Pedra.

Esbarramos à pedra, o estomago aperta as lágrimas contra os olhos. A pesada pedra carrega histórias, músicas, conversas, brigas idiotas, lições, sermões, coisas grandes e pequenas, viagens, malandragens, amizade, bobagens.

A pedra rola encosta abaixo! Chega inteira, eterna, ao contrário de toda aquela poeira que nos impede de respirar. Tossir e reprimir. É tão difícil pensar!

Que merda! Vamos ter que voltar a sorrir? Afinal, todos têm uma hora de ir. Como será? Desconforto da saudade eterna ou conforto eterno da saudade. Seja como for! Desconforto confortável. Confortável desconforto. Seja como for, as lembranças seguirão vivas, eternas e de mãos dadas com a saudade.

Vai sol e vem lua, vai lua e vem sol! Vai sol e vem lua, vai lua e vem sol. Vão sóis e venham luas, vão luas e venham sóis!

Encostamos à pedra, o estomago aperta as lágrimas contra os olhos. A pedra esta na planície, os dias a encravaram no solo, agora vai se lembrar das músicas, conversas, brigas idiotas e tudo mais e mais sem perder a respiração, toda a poeira voltou ao chão. Já tem ar, podemos suspirar para lembrar e nada atrapalha a respiração. São tantos suspiros cheios de inspiração!

Então em outro lugar esbarraremos em outra pedra e ela rola. Chegará inteira, e vai levantar outro tanto de poeira. A pedra rola a encosta da Morte, no quenio da Nostalgia! Chega lá em baixo inteira, é eterna, ao contrário de toda aquela poeira!