Em minha companhia
Sonhos infantis morrem primeiro
Esse silêncio que me ronda, me conforta
Há um tiro que me acerta, certeiro
Todo amor inacabado deixa a alma morta
Dessa solidão doente, nasceu minha canção
Dedilhada em calmaria e torpor
Essas rimas doces, condenadas à perfeição
Tocando esse corpo frágil, sem amor
Não deixe abrir a porta que me prende
Minha inspiração é minha eterna companhia...
Não há ninguém ao meu redor
Essas vozes que sussurram não estão vivas
Anjos espreitam o que eu tenho de melhor
Meus fantasmas substituem companhias perdidas
Brumas me protegem, há vida fora de mim
Não há dor nem tristeza em minha solidão
Eu sobrevivo à beleza desses sonhos sem fim
Qual o sentido de viver sem ter ilusão?
Dessa música triste, ecoam sinos de liberdade
Esses aromas de melancolia não me entorpecem
Não me importa se a escuridão durar até a eternidade
Se os meus olhos são os primeiros que adormecem
Eu vou florescer nesse jardim vazio
Onde a chuva só molha a mim...
Eu mesma condeno meus erros e enganos
Acalmo-me depois desses pesadelos insanos
Compreendo minha alma e o que ela me traz
Não necessitam palavras para um silêncio puro
Nesse meu mundo solitário há esperança e amor
Meus pensamentos se fundem a essas lágrimas
Não existe fim nessas horas sem pudor...