O mundo pede paz
O mundo pede paz
Sandra Ravanini
Deita a paz desse mundo numa senil e caótica dislexia,
rasteja essa lesão humana no arremedo da prelibação
às asas e anjos cinzentos e mais as mentiras de Talião,
assassinando o mundo enquanto sangra toda caquexia.
Aonde vai o homem de fé e de onde vem tamanho vício,
a quem condena em nome e oração supondo um Cristo?
Desampara a vida das vidas por trás de todos teus mitos
matando a tua sede na forca sorrindo aos mil sacrifícios.
Se das chagas és tu o sangue corrompido e o falso sinal,
hás de empunhar a espada confusa na ferrugem da paz,
anunciando à hora da hora das trevas, a prece mordaz!
E a vermelhidão de joelhos apregoa o eterno juízo final.
Lágrimas não comovem mais, impera a vilã soberania,
as mãos acalentam as trevas e o mistério das sombras.
Tocam as mãos um rito e dançam a dança das bombas,
cantam aos gritos de horror chorando, enfim, a acalmia.
06/01/2007