Desejo mórbido

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Desejo mórbido

Zanna Santos

Onde andarás tu oh morte minha,

Que de mim a dor ainda não ceifastes?

Porventura não sabeis que és anseio,

Quando a vida sucumbe à alma?

Onde andarás tu que embargas minha hora,

Majorando meu ser numa infindável lamentação?

Declarado está o que a mim é devido,

Dai-me a sentença que dimana de tuas mãos.

Rompa meus grilhões, leva-me contigo,

Arranca-me da terra como a raiz estéril,

E que seja a fornalha o meu tálamo,

E a aragem do alem o meu jazigo!