"Sei que é sonho... 
                                                     (Mas)Incomodado estou, 
                                                                    num corpo estranho" 
                                                                                           (Chico Buarque)

 

SONHOS, APENAS SONHOS?


Adormecida profundamente. Letargia.
Assim se vive muitas vezes?

Cavalos passam sobre meus sonhos...
Há névoa e frio. Ventaneira.
Meu corpo está sombrio
E olha de modo arregalado
As patas que galopam sobre mim.
Medo e recuada. Encolho-me.
O vento fustiga e os animais empinam-se.
Pateiam sobre minha fragilidade acuada.

Há o sono que descansa e o sono que entorpece.
O sono que é espanto e o que é prece.
O sono que é inércia e o que é efabulação.
O sono que é gozo e o sono que é tormento.
Há o sono que é pesadelo e verdade...

   Ploc, ploc, ploc trotam os corcéis.
        Antes fosse somente um jogo de xadrez...




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"Pena, neste jogo de xadrez da vida, 
duas peças, um mestiço e uma felina, 
como um rei e uma rainha,
não poderem ocupar a mesma casa..."

(José Augusto de Oliveira)


 

KATHLEEN LESSA
Enviado por KATHLEEN LESSA em 23/02/2008
Reeditado em 24/10/2013
Código do texto: T872292
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