O FIM DE UM DIA ETERNO
Um dia que começa finito, pode se eternizar;
Quando um inesperado sincronismo, se dá entre dois pulsos;
No instante em que congela-se o tempo, na chama de um olhar;
Quando dois futuros se acham, quase que por impulso!
Ninguém nos convence nessa hora, do que não queremos crer;
Eventos coincidentes se tornam escrituras do destino;
Julgamos que só a partir daquele instante, deu-se início o viver;
Mulheres e homens, passam a pensar e agir qual meninas e meninos!
Então cada detalhe se torna poesia, e cada música uma sinfonia;
Sonhos fervilhantes passam a andar, a vários metros acima do chão;
Chamamos o clímax do deslumbre, de ápice da alegria;
Chamamos as próprias vontades, de ordens do coração!
Até que uma desavisada chuva fria cai, lavando o nosso olhar;
E desliza pelo rosto entristecido, a fétida lama da desilusão;
E nos perguntamos como foi possível, em tal engano acreditar;
E trazemos do exílio, a faculdade e o exercício da razão!
O dia agora passa a ser mais longo, e fugimos da lembrança;
Corremos loucamente em direção oposta, a tudo que se viveu;
E sentimos um misto de vergonha e remorso, pelos atos de criança;
E devolvemos a nós mesmos, um novo e amadurecido eu!
É assim que volta a ser finito, o dia que outrora foi eterno;
Quando as promessas e juras, são derrotadas no jogo contra o tempo;
Porque amores verdadeiros, não nascem de devaneios incertos;
Porque paixões inconsistentes, se despedaçam em meio ao vento!!