O FIM DE UM DIA ETERNO

Um dia que começa finito, pode se eternizar;

Quando um inesperado sincronismo, se dá entre dois pulsos;

No instante em que congela-se o tempo, na chama de um olhar;

Quando dois futuros se acham, quase que por impulso!

Ninguém nos convence nessa hora, do que não queremos crer;

Eventos coincidentes se tornam escrituras do destino;

Julgamos que só a partir daquele instante, deu-se início o viver;

Mulheres e homens, passam a pensar e agir qual meninas e meninos!

Então cada detalhe se torna poesia, e cada música uma sinfonia;

Sonhos fervilhantes passam a andar, a vários metros acima do chão;

Chamamos o clímax do deslumbre, de ápice da alegria;

Chamamos as próprias vontades, de ordens do coração!

Até que uma desavisada chuva fria cai, lavando o nosso olhar;

E desliza pelo rosto entristecido, a fétida lama da desilusão;

E nos perguntamos como foi possível, em tal engano acreditar;

E trazemos do exílio, a faculdade e o exercício da razão!

O dia agora passa a ser mais longo, e fugimos da lembrança;

Corremos loucamente em direção oposta, a tudo que se viveu;

E sentimos um misto de vergonha e remorso, pelos atos de criança;

E devolvemos a nós mesmos, um novo e amadurecido eu!

É assim que volta a ser finito, o dia que outrora foi eterno;

Quando as promessas e juras, são derrotadas no jogo contra o tempo;

Porque amores verdadeiros, não nascem de devaneios incertos;

Porque paixões inconsistentes, se despedaçam em meio ao vento!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 22/02/2008
Reeditado em 04/08/2008
Código do texto: T870727
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