A DITADURA DA ILUSÃO

Multidões que se atropelam, universos que se igualam

Seres pensantes e racionais, que se permitem manipular

Na pretensão de não serem anormais, seus desenganos lhes embalam

Gente que nem se dá conta da música, antes que comece a dançar!

São leitores de um livro invisível, por miragens descrito

São religiosos que veneram abertamente o seu próprio Narciso

É dantesco seu mundo ilusório, é surdo o seu grito

Alimentam com o próprio suor os lobos que atacam seu aprisco!

Sua sala é a TV, sua TV é quem controla os seus canais

Tem certeza da beleza, que não consegue sair da superfície

Coleciona diplomas, é menos astuto que os animais

Duvidaria de suas algemas, ainda que fosse possível que as visse!

Beija a academia e cospe na biblioteca

Veste o que mandam, consome o que anunciam

Sua sabedoria é piada, por caberem seus neurônios em crânios de bonecas

Sentem-se melhor que os outros, porque caminham como querem os que conspiram!

Ditaduras de verdade não suprimem vozes e nem matam direitos

São horrendas quando belas e as mais negras são as brancas

Humilham toda dignidade, reproduzindo cópias humanas com defeitos

Tornando-as consumidores do lixo que lhes empurram à garganta!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 22/02/2008
Reeditado em 30/01/2012
Código do texto: T870462
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.