A DITADURA DA ILUSÃO
Multidões que se atropelam, universos que se igualam
Seres pensantes e racionais, que se permitem manipular
Na pretensão de não serem anormais, seus desenganos lhes embalam
Gente que nem se dá conta da música, antes que comece a dançar!
São leitores de um livro invisível, por miragens descrito
São religiosos que veneram abertamente o seu próprio Narciso
É dantesco seu mundo ilusório, é surdo o seu grito
Alimentam com o próprio suor os lobos que atacam seu aprisco!
Sua sala é a TV, sua TV é quem controla os seus canais
Tem certeza da beleza, que não consegue sair da superfície
Coleciona diplomas, é menos astuto que os animais
Duvidaria de suas algemas, ainda que fosse possível que as visse!
Beija a academia e cospe na biblioteca
Veste o que mandam, consome o que anunciam
Sua sabedoria é piada, por caberem seus neurônios em crânios de bonecas
Sentem-se melhor que os outros, porque caminham como querem os que conspiram!
Ditaduras de verdade não suprimem vozes e nem matam direitos
São horrendas quando belas e as mais negras são as brancas
Humilham toda dignidade, reproduzindo cópias humanas com defeitos
Tornando-as consumidores do lixo que lhes empurram à garganta!