A HARMONIA DA DESARMONIA

Nossos momentos são sempre bons.

Mesmo que surja algo em desacordo,

a gente sabe encarar e temperar.

Nunca uma discussão, nunca uma briga,

sempre um clima de amor e união.

Mas, de repente, se intromete a vida,

macula o sonho, lembrando que é real,

com seus momentos amargos, difíceis, cruéis.

E a gente tem que ser gente e encarar também.

É como num poema: nem sempre a rima aflora,

nem sempre a melodia natural escorre,

muitas vezes a harmonia desejada

está justamente na desarmonia.

Mas o poeta teima e dedilha o poema.

E ontem foi assim: uma notícia triste

e o desabrochar de verdades caladas

por confusão e medo.

Foi tão difícil falar e ouvir!

Mas o necessário se impôs

e mergulhamos corajosamente

nas dores da vida e do amor.

Nossos momentos carregaram o peso

da responsabilidade ante a verdade

da nossa condição humana finita.

Foi tão gratificante te ouvir, bravinho,

reivindicando o direito de chorar por mim!

Ouvi, sorri chorando, concordei.

O amor que me tens explodiu mais uma vez

enquanto o meu amor por ti crescia.

Nosso encontro virou um poema

que não precisa de rima ou melodia

para ser harmonia!

Sal
Enviado por Sal em 17/12/2005
Código do texto: T87033