Libélula

Libertação da casca e das artérias,
assim sentiu-se a Libélula
depois que enviuvou.
Nenhuma vela acendeu
pro defunto desertor.
Sabe-se da questão
que o Libelo é hoje purpurina,
tendo o juiz acolhido a dita sina.
A Libélula agora vive mal dita
encarnada à volta da lamparina.
Bebe um alfabeto em uma noite,
de absinto à zenzibreira,
desabafa com o garçom da vitrine
e abraça a zona inteira.
Tão perdida como se presa fosse.

~*~

meriam lazaro
Enviado por meriam lazaro em 22/02/2008
Reeditado em 17/11/2011
Código do texto: T870278
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