Manto
Um santo de terno
Ofereceu-me o céu.
Mas encontrei-me no inferno
Por notas de papel.
Vestia-se de verde e amarelo.
E apresentou-me sua gangue.
Também vesti de verde e amarelo
Manchado de sangue.
Por que cobriste com
Esse amaldiçoado véu?
Oh! Santo cruel!
Agora sentirá o amargo do fel.
Agora sentires essa maresia.
O mar que tu nadaste
Cheira a hipocrisia.
Não canto mais o hino com amor.
Desrespeitaram a nossa bandeira,
Agora só resta à dor.
Enxugo meus prantos com o manto
Que foi manchado de sangue.
Pelo o corrupto falso santo
E toda a sua gangue.