UMA PERDA PARA O BEM
Carrega do mundo, a saudade no peito. A dor do amor não vingado, desfeito. O frio que apodera sua alma no leito. Dos corpos deitados impedidos de voar.
E torna o seu mundo tamanho desfeito. Oculto na sombra dos porcos desejos. De ter a revanche dos dias perdidos. Dos dias na cova, sem poder respirar.
E se vinga do próprio amor. Vestido de fúria, pernoita na rua, e busca a carne crua para lhe saciar. O destino não perdoa, maltrata e magoa, faz dilúvio da garoa e põe um homem a chorar.
Sentirá, a morte e seus fantasmas, a dor do fim dos sonhos, das palavras, o fim da triste estrada: a solidão. E saberá, que o amor é ilusão entre os amigos. Que o amor é perdição, Rei dos perigos. Que o amor também tem hora para acabar.