ALUCINAÇÃO

Te amo como flocos

de orvalho a cair

em noites

de inverno.

te amo como lareira

acesa a esquentar

uma casa

solitária.

Desenho teu rosto

em pergminho

pelos caminhos

de meu cérebro.

Escrevo teu nome

com lápis inteiro

no espelho quebrado

de meu juízo.

Sinto teu perfume

no trago

de cada cigarro

que acendo.

Busco tuas mãos

ascendidas para

as chamas

de eu me transformar.

Encontro teu sorriso

estampados nas galerias.

Sinto teu ventre

de benditos frutos

soluçando ao meu lado.

Te amo em desvario

me concentrando

nas dobras

de teu corpo.

Te amo

uma procura mendicante

um amor em vão.