A hora e a vez da humanidade (Daqui a algum tempo)

Disseram-me ontem que a vida não seria mais a mesma.

Ignorei. Foda-se!

O que tenho de ver com a vida,

além do fato de ser escravo dela?

Quero que caia a merda das águias de metal.

Quero ver a REVELAÇÃO, o Apocalipse.

Quero os quatro assombrosos cavaleiros,

e os sete selos.

Verei Vênus, a Estrela Matutina, Lúcifer,

Jesus – como o próprio diz no último livro.

A rosa, qualquer hora, voltará.

Esperemos para degustarmos o sangue das crianças.

Vislumbremos as cores dos olhos cegos.

Que a madrugada interceda na hora do jantar;

o banquete das vísceras.

“Que o corpo e o sangue de Cristo nos guarde para a vida eterna.”

“_ Amém!” - Gritam em coro.

Abram o cu.

Caguem todo esse terror impiedoso das tragédias Aristotélicas.

Que a urina de nossos pênis e vaginas banhe as catedrais.

E que o gozo seja, apenas, o vômito do arrependimento.

Isso, não olhem o corpo jogado no chão,

o peso da consciência não mais existe.

Existe a sede, a dor, o frescor daquele resto de pólvora por trás da orelha,

entre os dedos...

Satã, levante este dedo e dê a ordem aos homens da Nova Jerusalém, da Nova Roma e do Novo Paraíso!]

“_Atenção; preparar; fogo!!!”

A Alethéia já chegou.

Estamos, agora, prontos

e sós.

A Drummond dedico:

Estamos de mãos pálidas a anunciar o fim do mundo.

FIM

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 21/02/2008
Reeditado em 27/11/2008
Código do texto: T868685
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