Drenados olhos

Um sopro de sono

Acreditava eu chamar-me,

Não o era, como sempre

Vestígio de vigília se formava.

Deitado em doce escuridão

Pequenas feridas se abriam,

Chagas que nascem ao leito

E permanecem em vértice.

Um guardião de quente sangue

Movendo-se por direções,

Encontrando atroz repouso

Por vistas tórridas continuar.

Ambiente de trevas fragmentadas

Reluzindo em deleite impiedoso,

Vultos e sombras de agonia

À alma progressiva expirando.

Perfeita conexão de sofrimento

Formava-se em aura envolto,

Estendendo lúgubre padecer

Até a desistência do pulsar.

Espectros de um pêndulo

Circulavam atenciosos ao flagelo,

Riscando sombria penumbra

A martirizar o espírito.

O ar dantes ameno

Ressonava ímpio ao queimar

Respiração profunda desgastada

Transfigurando o peito em chamas.

Esperança vem de luz singela,

Que ao romper da alvorada

Deixam intactas as cicatrizes

Do enegrecido torturar.

Gimi Ramos
Enviado por Gimi Ramos em 21/02/2008
Código do texto: T868654
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