Drenados olhos
Um sopro de sono
Acreditava eu chamar-me,
Não o era, como sempre
Vestígio de vigília se formava.
Deitado em doce escuridão
Pequenas feridas se abriam,
Chagas que nascem ao leito
E permanecem em vértice.
Um guardião de quente sangue
Movendo-se por direções,
Encontrando atroz repouso
Por vistas tórridas continuar.
Ambiente de trevas fragmentadas
Reluzindo em deleite impiedoso,
Vultos e sombras de agonia
À alma progressiva expirando.
Perfeita conexão de sofrimento
Formava-se em aura envolto,
Estendendo lúgubre padecer
Até a desistência do pulsar.
Espectros de um pêndulo
Circulavam atenciosos ao flagelo,
Riscando sombria penumbra
A martirizar o espírito.
O ar dantes ameno
Ressonava ímpio ao queimar
Respiração profunda desgastada
Transfigurando o peito em chamas.
Esperança vem de luz singela,
Que ao romper da alvorada
Deixam intactas as cicatrizes
Do enegrecido torturar.