Refúgio

Meus sentimentos se banharam em animosidade

Em tanta malícia desnecessária...

Um inferno de memórias se fez em minha realidade

Inundando-me nessa decadência solitária

Meus demônios foram ressucitados por suas orações

Observando todo o sofrimento que cabe em mim

Uma alma indócil se fez inerte

Quando a voz do coração se calou enfim...

Eu sou a única que espera pela luz

Embora a escuridão não me permita ver

Toda a maldade que me cerca...

Se esses monstros não forem reais

Fecharei meus olhos até o amanhecer

Afinal, um dia essa porta da liberdade irá se abrir...

Se essas emoções forem insanas

Renunciarei meus sonhos até envelhecer

Um dia essa solidão irá se extinguir...

Minhas mãos se mancharam de impurezas

Tanto sentimentalismo em vão...

Uma névoa esconde minhas incertezas

Não há mais vida quando morre o coração

O fogo da minha alma lentamente desapareceu

Por fora, criei uma barreira, um refúgio

Não há nada mais que possa me salvar...

Mesmo que eu negue a intuição

Mesmo que eu me atormente com presságios inocentes

Não irei me convencer que a pureza me trará o paraíso

E deixarei de acreditar

Como uma nuvem carregada de tempestades

Trazendo lágrimas febris

Os anjos já não olham mais por mim

Eu já deixei de esperar...