Irreal

Corre, corre, tempo...

A vida já não é mais vida.

O sonho se esvaiu

Eu já não sou mais rio

Floresta me tornei

Escuridão a mim chegou

Mas a ela não ansiei.

Veio como um raio

Que me atordoou

Destroçou-me a segurança

Sugou-me o ardor.

E lá se foi minh’alegria

Sou apenas nostalgia

Sou o meu terror.

Corre, corre, tempo...

Os homens estão alucinados

Não encontram seu lugar

Pois por ti foram atordoados

E não mais conseguiram se encontrar.

São apenas solidão.

Tu os dominas e aceitam

És mais forte que sua vontade

Escravos teus, eles se mordem

Loucamente se digladiam

E por não te dominarem, morrem.

Eles até se pensaram livres.

Mas se foram.

Escravos.

Sem ti... Não existirão.