DECISÃO...
Há um momento na vida que se impõe
uma decisão tomar... não há porquê
postergar... deixar sempre “pra depois:”
sofrer dobrado, sofrer demais, se enganar...
Eu te avisei um dia: sou paciente,
suave e doce, costumo aceitar
da vida os dissabores; e incolores
mentiras que costumas me pregar
e eu “faço que não vejo”, que “acredito...”
até o dia em que tudo vai mudar!...
Tu sempre pensavas que eu dizia
e que fazia tudo por brincar!...
A tua situação foi sempre cômoda:
das duas, uma ias enganar!
“Ela é tranquila! Nunca ela faria:
dar a um outro, um estranho, o meu lugar!”
“Ela me ama!” e tranquilo tu seguias
a mim sempre, seguro, a enganar...
“Toma cuidado, um dia eu me canso!...
Eu te amo, mas meu jeito manso,
um dia, por amor, pode mudar!”
E tu sorrias, só vias me entregar
ao teu amor... e a acreditar no que dizias
por mais visível que fosse a inverdade
que tu querias me fazer acreditar!
Um dia, então, eu te disse: “Escolhe!”
Me olhaste rindo (“o meu riso te domina!”)
Estavas tão seguro ao me olhar!...
Eu te sorri e disse mansamente:
“Chegou a hora! Escolhe! E não mente
Que não é certo mentir pra toda gente!
Tu pensas sempre aos outros enganar?”
O riso do teu rosto se desfez...
“É a oportunidade, é tua vez!
Escolhe! Ou não volta nunca mais!
Porque pra mim, “duas” é demais!...
Tu sabes quem te faz feliz...
Tu não és mais da vida um aprendiz!
Minha paciente espera terminou...”
Mas tu querias as duas! Tudo bem!
Tiveste a oportunidade! Outros não tem
De escolher entre o amor e a aparência!
E com calma, a decisão então tomei,
Já que tu não sabias qual tomar...
Eu me fui, nem ao menos me virei
para um homem que não sabe a quem amar...
Talvez tu fiques com teus sonhos loucos,
talvez um dia, te arrependas... eu não sei...
Só sei que poucas coisas eu guardei
Mas... minha dignidade resgatei!...
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19 fev 2008