Despindo-me
Nada mais me resta, depois
de cada verso, de cada poesia.
Fico vazia ,oca , falida
Sem saber quem mais sou !
Não há mais ilusões
só porões
restos do nada
a escorrer em ruas frias.
Despidas as fantasias
nua, desfolhada nas horas vazias
caminho nesta desdita
morrendo dia a dia.
O silêncio mudo, surdo invade
a alma sangra a cada despedida
cada verso que de mim sai
cada poesia lançada ao vento
neste vôo sem destino
a procura do último abrigo.
No esqueleto me esqueço
paralisada, inerte
sem pernas para andar
voltar a amar
Fica somente a saudade
de novamente ser poesia
ou na eternidade me reencontrar !
18/02/08
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