Despindo-me

Nada mais me resta, depois

de cada verso, de cada poesia.

Fico vazia ,oca , falida

Sem saber quem mais sou !

Não há mais ilusões

só porões

restos do nada

a escorrer em ruas frias.

Despidas as fantasias

nua, desfolhada nas horas vazias

caminho nesta desdita

morrendo dia a dia.

O silêncio mudo, surdo invade

a alma sangra a cada despedida

cada verso que de mim sai

cada poesia lançada ao vento

neste vôo sem destino

a procura do último abrigo.

No esqueleto me esqueço

paralisada, inerte

sem pernas para andar

voltar a amar

Fica somente a saudade

de novamente ser poesia

ou na eternidade me reencontrar !

18/02/08

*

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 19/02/2008
Código do texto: T865430