EU FUGITIVO DE MIM

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Procuro fugir

da incoerência dos pensamentos

que atos, não devem vir a ser;

dos sentires descabidos que insistem em visitar-me

e que às vezes querem me habitar

mais que possam - e produzem mais mazelas.

Busco uma fuga que não me deixasse retornar

e cair nas armadilhas do meu próprio eu

que me traz a grilhões de ferro

preso em quem sou

em quem não ouve minhas vãs querelas.

Quero fugir

das minhas inquietudes mais prementes

dos anseios que não encontram eco

nesse vasto mar das possibilidades.

Também das indizíveis, incabíveis intenções

a gladiar com os princípios que cultivo

e que me mostram o que de vil há nelas.

Para ser o que há de melhor em mim

e não calar ness’alma o descontentamento

de albergar o vil, o displicente, insano,

e não ser desse meu templo, um profano;

por aspirar voar mais alto, enfim,

vivo a fugir de mim.