APRENDENDO A SER SÓ
Aprendi sozinha,
jogada no chão
na aragem fria,
a brincar sozinha.
Assim como aprendi
com o vento
e com o tempo
que a dor passa.
Aprendi sozinha
a acordar só
no meio da noite
escura e me ninar
num canto vazio
e me encher de esperança
pro dia que vai chegar.
Aprendi a abrir os braços
como um passarinho
aprende a voar.
E aprendi também
e sozinha,
traçar a trajetória
do meu vôo inquietante
e inseguro,
mas adiante,
sem ignorar cada passo
deixado no caminho.
Aprendi que,
sozinha se aprende a ser só.