Lembre de mim

Lembre de mim

Como aquele de vento oposto

De barba malfeita no rosto

Que caminha na direção errada

Lembre de mim

Como aquele que grita calado

Que cansado do próprio fado

Embala nas baladas do nada

Lembre de mim

Como quem esquece que nem tudo é em vão

E que entre as estrelas do céu e este chão

Há tantos mistérios não desvendados

Lembre de mim

Como quem odeia os ventos do norte

De coração fechado feito um carro forte

Estancando com lágrimas as feridas

Lembre de mim

Como aquele que não sente o gosto

De paradigma eternamente posto

Por culturas ultrapassadas

Lembre de mim

Como aquele de silêncio falado

Que com o pensamento alado

Busca o lugar errado para pousada

Lembre de mim

Como quem pede perdão

Mesmo sabendo ser o dono da razão

Ou até dos próprios pecados

Lembre de mim

Como quem parte em busca da sorte

De braços abertos para o abraço da morte

Ou para o azar de perdurar na vida

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 18/02/2008
Código do texto: T864892