Lembre de mim
Lembre de mim
Como aquele de vento oposto
De barba malfeita no rosto
Que caminha na direção errada
Lembre de mim
Como aquele que grita calado
Que cansado do próprio fado
Embala nas baladas do nada
Lembre de mim
Como quem esquece que nem tudo é em vão
E que entre as estrelas do céu e este chão
Há tantos mistérios não desvendados
Lembre de mim
Como quem odeia os ventos do norte
De coração fechado feito um carro forte
Estancando com lágrimas as feridas
Lembre de mim
Como aquele que não sente o gosto
De paradigma eternamente posto
Por culturas ultrapassadas
Lembre de mim
Como aquele de silêncio falado
Que com o pensamento alado
Busca o lugar errado para pousada
Lembre de mim
Como quem pede perdão
Mesmo sabendo ser o dono da razão
Ou até dos próprios pecados
Lembre de mim
Como quem parte em busca da sorte
De braços abertos para o abraço da morte
Ou para o azar de perdurar na vida