Carta ao coração

Aqui eu estou

Intoxicada por um dejavú constante

Mergulhada em tédio e conformismo

Sou um poema que ninguém terminou

Minha alma se rendeu ao primeiro exorcismo

Voe em minhas asas

Leve de mim o que bem quiser

Já entreguei meu corpo nessa maldição

Estou seguindo a correnteza que vier

E eu apenas aceito o destino

Minha paixão não resiste ao magnetismo

Chorando, mas pela agonia de não amar

Minha mente vive em eterno ceticismo

Mas talvez essa dor convença meu coração

A não aceitar mais a solidão

E a vida comece a valer...

Aqui eu estou

Compenetrada em linhas sem sentidos

Em meus olhos que enxergam estrelas cadentes

Embora minha mente tenha esgotado seus pedidos

E o caos já tenha trazido minhas dúvidas latentes

Para dentro de minha fé

Use minhas palavras

Para exprimir o sentimento mais banal

Mentiras podem apenas consolar

Já que o amor é um veneno muito mais letal...

Eu apenas aceito o destino

Morrendo aos poucos em um desatino...

Meus erros são apenas parte do passado.