A LONGA ESPERA
Esperei para ser gerada,
quieta no meio do nada.
Nove meses a conceber,
esperei para nascer.
Esperei para crescer,
com a vida aurorescer.
P’ro amor acontecer,
esperei madurecer.
Esperei entardecer
para o fado descrever.
Para tudo entender,
esperei envelhecer.
Esperei anoitecer
e, então, adormecer.
Depois de agradecer,
esperei para morrer.
Esperei para ser enterrada,
quieta no meio do nada.
(Para o Forum - poesia On-line, sob o mote ESPERANÇA, em 17/02/08)