O VENTO E A QUINTA FLOR

não existe vento;

agora,

só silêncio envolve o ar.

Esse apaixonado que por flores ultima-se

— sempre invisível —

com inchaços no coração,

quereria tanto ter soprado por um canto de boca,

na desesperada procura pela quinta flor:

a primeira veio quase ao acaso,

a segunda via a serenidade,

a terceira por compulsão,

a quarta cheira a vício.

Agora,

além do silencio envolvendo o ar,

há uma saudade pela ausência da flor primeira,

da segunda, da terceira, da quarta,

da quinta invisível ao sopro.

Não existe vento!