AMORES ANTIGOS
amores antigos,
muito obrigado!
de vocês
não guardo nem um pouquinho de saudade,
mas lhes agradeço tanto!..
vocês, que me fizeram distinguir
a amizade da cumplicidade,
o namoro puro de um puro tesão,
a realidade da paixão, que fica só por ficar,
nunca me imaginaram
pronto, o suficiente, para mergulhar num grande amor.
Agradeço-lhe a sutileza das meninices,
quando percebi que apalpava, só, um talvez amor!
amores antigos,
garanto-lhes, enquanto estiverem em solidão,
nunca mais ser aquele chato-de-galocha
que ficava perseguindo-lhes os passos,
apesar da consciência do fim-do-nada,
curioso se fui, ou não, substituído;
amores antigos,
sei que fui muito pouco para tanto contigo,
éramos tão inseparáveis, tão confusos
que o fim-do-mundo ficou gasto no universo,
apesar do aprendiz, passo-a-passo, de tudo.
amores antigos,
ah, como queria garantir-lhes outros futuros!...
pois sei,
é muito cabotino agradecer aos velhos carinhos
na minha experiência defasada;
mas se não mais existissem, antigos amores,
não saberia distinguir a amizade da cumplicidade,
o namoro puro do puro tesão,
a paixão que acabou por necessidade
para que o amor, sem comparação, acontecesse!